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Também eu fui triste um dia. Estava triste porque não sabia estar de outro modo. Habituei-me àquele ciclo de dias negros, mesmo quando o sol brilhava. Habituei-me a não sair da minha pequena concha, a ficar ali quieta, a mostrar-me pequena, fugaz. Para ti, que apenas hoje estás triste, mas que ontem rias com gosto. Não te deixes apanhar nesse ciclo. Não deixes que os teus sorrisos sejam lavados pelas lágrimas. Estar triste, pensativo, distante... por vezes é bom, dá-te tempo para reflectir. Mas ser triste... deixa-te a alma dividida, entre a vontade de deixar de ser assim, e a falta de forças que o hábito nos impõe. Não sejas triste. Sorri para mim de novo. Porque eu, na distância descobri que estou viva, a minha pele transpira com o sol abrasador, e arrepia-se com a brisa da noite. Quando estou nervosa, sinto borboletas no estômago, tremo, e rio-me. Também tu estás vivo. Também sentes, e amas, e ficas nervoso, e arrepias-te. Também vês o belo e o feio. Estamos vivos, e a vida, por mais dura que seja, foi feita para sermos o mais felizes que conseguirmos. Todos os dias criamos expectativas sobre pessoas, situações, filmes... todos os dias há algo que nos desilude, e isso também faz parte da vida. Sorri, sorri para mim, porque se tu sorrires, eu sorrio também, e naquele momento, seremos felizes, apenas por estarmos assim, vivos.