Talvez as coisas tivessem mesmo que ser assim.
Talvez eu tivesse mesmo que te magoar, e magoar-me a mim também.
Talvez tivesse que descobrir o carinho só por si, numa relação incondicional de entendimento intuitivo.
Talvez.
Mas talvez houvesse escapatória, talvez pudéssemos ter controlado o impulso de ir à procura de algo em quem estava mais perto.
Talvez eu pudesse ter fugido, como fiz tantas vezes antes.
Talvez tu pudesses ter tido um pouco mais de cuidado, e eu nunca me tivesse apercebido de que era para mim que olhavas.
Porque eu sei, e tu sabes também, que o que nos aproximou, também nos está a afastar. Também sei, como tu sabes, que são as minhas dúvidas e as tuas certezas que tornam tudo tão difícil.
Depois chega a onda de calor, aproximas-te, e num fervilhar de horas passadas numa luta corpo a corpo as dúvidas tombam no chão, e fica apenas o desejo de estar ali ao teu lado por mais algum tempo.
No fim, quando os dias vão passando lentos no meu regaço, vou pensando, em mim, em ti… nós? Não, eu e tu. E sabemos disso, mas não nos devíamos importar, mas importamos, porque formamos algo ali no cinzento. Não somos “nós”, mas também não sou só eu, nem és só tu.
Conjugados sempre no presente, porque o futuro está enevoado pelas minhas dúvidas, e o passado afogado nas tuas certezas.
Talvez eu tivesse mesmo que te magoar, e magoar-me a mim também.
Talvez tivesse que descobrir o carinho só por si, numa relação incondicional de entendimento intuitivo.
Talvez.
Mas talvez houvesse escapatória, talvez pudéssemos ter controlado o impulso de ir à procura de algo em quem estava mais perto.
Talvez eu pudesse ter fugido, como fiz tantas vezes antes.
Talvez tu pudesses ter tido um pouco mais de cuidado, e eu nunca me tivesse apercebido de que era para mim que olhavas.
Porque eu sei, e tu sabes também, que o que nos aproximou, também nos está a afastar. Também sei, como tu sabes, que são as minhas dúvidas e as tuas certezas que tornam tudo tão difícil.
Depois chega a onda de calor, aproximas-te, e num fervilhar de horas passadas numa luta corpo a corpo as dúvidas tombam no chão, e fica apenas o desejo de estar ali ao teu lado por mais algum tempo.
No fim, quando os dias vão passando lentos no meu regaço, vou pensando, em mim, em ti… nós? Não, eu e tu. E sabemos disso, mas não nos devíamos importar, mas importamos, porque formamos algo ali no cinzento. Não somos “nós”, mas também não sou só eu, nem és só tu.
Conjugados sempre no presente, porque o futuro está enevoado pelas minhas dúvidas, e o passado afogado nas tuas certezas.