Não resta nada da mulher doce e confiante, sempre presente e atenta ao mundo, que sorria por qualquer motivo, e ficava feliz com quase nada… fiquei eu, amarga, com uma lágrima sempre escondida pelas desculpas banais de cansaço e sono, e estudo, um cisco que entrou para o olho… está muito fumo aqui dentro, o que seja, desde que afaste os olhares atentos e as perguntas. E as circunstâncias ajudam, porque perguntas são feitas e um inicio qualquer de resposta serve, porque há sempre mais alguma coisa a chamar-vos a atenção, e nunca param para ouvir o resto, isso evita mentiras de que correu tudo bem, ou que foi muito giro. Um mais ou menos resolve tudo, e o silêncio que se segue nunca é notado.
Vocês vão e eu fico com o meu silêncio, a minha alma quieta, já não voa ela, sabias? Como uma arara a quem lhe cortaram as penas, a minha tristeza impede-a de sair daqui, já nem ela é livre… o silêncio, o meu amado silêncio, meu eterno companheiro de sempre, és o único que esteve sempre lá… leva-me contigo!
14/02/2005