Se ao menos tudo fosse tão simples como sentir assim, sem pressas, percorrer o teu corpo como se nunca tivesse visto nada assim antes… na realidade acho que nunca vi, não assim, um corpo que a cada recanto reflecte um pouco da alma que tentas esconder.
Se tudo fosse tão simples como inventar uma desculpa para te tocar o rosto, ou deixar que toques o meu… se ao menos fosse tão simples como deixar-me levar… se ao menos existissem para sempre os beijos ao acordar, e os abraços ao adormecer, se os sonhos fossem para sempre assim… se ao menos, para sempre existisse.
Se ao menos eu fosse menos diferente… se todas as palavras fossem como as tuas, se tudo me fizesse rir como tu, se me sentisse sempre assim… se… se… se.
Adoro-te. E embora nem todas as tardes possam ser passadas num sofá amarelo, embora nem todas as noites possam ser passadas em abraços roubados, embora tu sejas um pouco assim, e eu um pouco da outra maneira, continuo a achar que vale a pena. Vale a pena arriscar tudo o resto, por um pouco disto.
Porque se ao menos todas as pessoas se sentissem um bocadinho assim todos os dias, então o Mundo seria como aquele sitio do meu sonho, em que todos os sons eram feitos de risos.