sábado, abril 01, 2006

Eu...

Passo a passo, a vontade de falar foi andando sozinha naquela estrada, aquela em que eu decidi parar ao teu lado.
Fiquei muda, as palavras foram-se engasgando na garganta, deixaram lá um nó asfixiante e as lágrimas foram escorrendo por ali, sem saberem o que fazer. No meio daquele meu egocentrismo todo perdi a capacidade de ouvir. E foste tu quem mais se magoou com isso. Foi a ti que eu não ouvi, a ti que eu não disse o que se passava.
Foi um beijo meu que te fez parar também a meio da estrada, mas tu não soubeste desviar-te do turbilhão de sentimentos que vinha a correr atrás de nós foi um olhar meu que te fez pensar que talvez não fosse mau deixares-te levar assim naquela corrente interminável.
Só aí fui capaz de ver… tu já lá ias, com um sorriso de quem se deixa levar no embalo dos sentidos, e eu fiquei, com a boca amarga por te ter deixado ir.
Voltei à estrada, voltei a caminhar devagarinho, com medo de pisar alguma das minhas palavras, que entretanto ia apanhando pelo caminho.
Fui atrás de ti, cautelosa, mansamente deixei que a minha mão procurasse a tua, e tentei curar-te as feridas latejantes. Dei-te o espaço, dei-te o tempo… infelizmente não consegui dar-te o sossego.
Recrimino-me mais uma vez por ser assim. Nem só por ti correram as minhas lágrimas, e mesmo assim deixei-te vê-las, sem conseguir realmente explicar o que se passava. Deixei-te afagar-me o cabelo, e preocupares-te comigo mais uma vez… fui eu que deixei. Fui eu… sempre fui eu. Eu… palavrinha irritante, de olhos escuros e cabelos compridos… eu! Palavra quieta e observadora… eu, a mais egocêntrica das palavras na sua forma mais tímida. Eu!!!!! Eu… eu? Eu nada.
Tu. Tu sim, vales todas as palavras. Mesmo que entre nós nunca haja o que sonhaste, mesmo que apenas a amizade prevaleça, ou ainda que ela resvale por uma valeta qualquer, saberemos sempre que deste o máximo, e fui eu (palavrinha egoísta), que não consegui fazer aquele esforço extra.

3 comentários:

Anónimo disse...

...adoro-te.....

Anónimo disse...

“Se ao menos tudo fosse tão simples como abraçar-te, como sentir o sal dos teus lábios no doce dos meus. Se ao menos tudo fosse tão simples como beijar-te por horas infindas, ou ficarmos apenas a falar, com o meu nariz afogado no suave aroma do teu pescoço.
Se ao menos tudo fosse tão simples como sentir assim, sem pressas, percorrer o teu corpo como se nunca tivesse visto nada assim antes… na realidade acho que nunca vi, não assim, um corpo que a cada recanto reflecte um pouco da alma que tentas esconder.
Se tudo fosse tão simples como inventar uma desculpa para te tocar o rosto, ou deixar que toques o meu… se ao menos fosse tão simples como deixar-me levar… se ao menos existissem para sempre os beijos ao acordar, e os abraços ao adormecer, se os sonhos fossem para sempre assim… se ao menos, para sempre existisse.
Se ao menos eu fosse menos diferente… se todas as palavras fossem como as tuas, se tudo me fizesse rir como tu, se me sentisse sempre assim… se… se… se.
««Adoro-te»». E embora nem todas as tardes possam ser passadas num sofá amarelo, embora nem todas as noites possam ser passadas em abraços roubados, embora tu sejas um pouco assim, e eu um pouco da outra maneira, «continuo a achar que vale a pena ».« Vale a pena arriscar tudo o resto, por um pouco disto.»
«««Porque se ao menos todas as pessoas se sentissem um bocadinho assim todos os dias, então o Mundo seria como aquele sitio do meu sonho, em que todos os sons eram feitos de risos.”»»»
Porque gosto de cor de laranja, porque gosto de sonhar…
Porque quero viver….

Pescador disse...

;-) !!