quarta-feira, abril 16, 2008

Esta espécie de não-sei-quê

Como poesia esvaída em lágrimas pelas folhas fora, sem saber porquê. Um sentimento contraditório que me leva a ter atitudes inconsequentes, a agir sem pensar, porque se pensasse seguia outro rumo, para longe de ti. Uma espécie de quase nada, que afinal é mais, e me vai dominando pouco a pouco sem eu me aperceber. Um instante impensado que me leva a confessar tormentas há tanto escondidas nos recantos mais improváveis.

Porque agora sabes quem sou, agora vês-me sem te aperceberes, e mais uma vez tento esconder-me em risos inocentes e palavras banais.

Porque te quero de volta, sem saber sequer se te quero, nesta espécie de sentimento por definir, que vem ora de mansinho, ora em avalanches de lágrimas despropositadas.

Arrebatam-me os pesadelos, e acordo agitada a meio da noite à procura do teu conforto, e acabo abraçada à almofada que me vai acompanhando, fiel à sua função.

É esta espécie de não-sei-quê que vai ditando os meus passos, como se eu não tivesse vontade própria, como se tivesse deixado isso tudo, e muito mais quando me vim embora.

É esta espécie de maneira de ser que me faz fraquejar perante um sorriso teu, e me faz tombar inconsciente perante uma lágrima tua.

Querer-te sem te querer, porque não controlo o meu corpo, e não controlo os meus pensamentos, porque parece-me que os deixei contigo naquela noite em que tudo foi dito, e nada mais sobrou.

É esta espécie de amor por definir, que faz de mim criança novamente, em busca de um amigo com quem brincar, e de um colo, onde possa chorar sem vergonha.

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