Numa noite como outra qualquer, seguraste-me o rosto e pediste-me um beijo. Nessa mesma noite, que poderia ter sido outra qualquer, os beijos foram os protagonistas do conto de fadas que me prometeste.
A noite correu naqueles sofás que juntaste apenas para poderes dormir ao meu lado, na ingenuidade de que algo maravilhoso poderia acontecer. A timidez levou-nos ao disfarce e o segredo tornou-se nosso aliado.
Foste o príncipe encantado que apareceu montado num cavalo ruço, tão comum, tão inesperado, tão simples.
Foste o príncipe encantado que apareceu montado num cavalo ruço, tão comum, tão inesperado, tão simples.
Numa noite, como outra qualquer, montaste o cenário perfeito. As velas acesas apenas permitiam vislumbrar os contornos do teu sorriso, tinhas espalhado chocolates por cima de uma cama improvisada, a música abafava os sons que chegavam do resto do mundo e os teus gestos levaram-me a acreditar em utopias longínquas.
Foste o amante insaciável que me mostrou os becos escondidos de um sonho.
Foste o amante insaciável que me mostrou os becos escondidos de um sonho.
Um dia percebi que esse sonho não era real, que os meus medos te afogavam em desespero, que a minha timidez te ia matando um pedacinho de cada vez, que os meus sorrisos eram poucos, que as minhas lágrimas traziam um passado demasiado longo para que tu me pudesses salvar de mim mesma.
Um dia, como noutro dia qualquer, saíste pela porta e nunca mais voltaste.
Nesse dia, ou noutro dia qualquer, coloquei tudo numa caixa de cartão e deixei que esta fosse levada pelo tempo.
Um dia sonhei que me tinhas jurado amor eterno e que era eu quem tinha fugido a correr.
Nós fomos feitos de dias assim. Hoje, quando esses dias estão tão distantes, sei que foi tudo um sonho, porque contos de fadas só no papel.
Nós fomos feitos de dias assim. Hoje, quando esses dias estão tão distantes, sei que foi tudo um sonho, porque contos de fadas só no papel.
Naquele dia, tão banal como os outros, pedi-te um beijo e disse-te adeus.
6 comentários:
Cada vez que leio mais um dos teus posts... dá-me vontade de ir à procura desse, que te deixou o coração em água, e arrastá-lo até ti pela orelha, resmungando pelo caminho: "Tás a ver? tás a ver o que tás a perder?" Pode ser que resulte... Ganhas um sorriso? ;)
chega de romantismo
é altura de começares a viver
nesse momento comecei a viver, nesses sofas lutei comigo, e a ti me entreguei. 14 de fevereiro, raptas te me com teu beijo. Agradeco os sonhos, as memorias, a vida, o abraco.
Tentei ser teu principe,mas fechas te o monstro em teus pensamentos. lutei!
Vencido, afastei-me, e quando ja tinha percurrido mais de meio caminho, apareces te e novamente, coloquei me em cima do cavalo. mas decidi não ir de encontro a um monstro que tu tanto guardavas. como acto de desespero, contas te me o que nunca deveria ter acontecido, disses te me de que era feito o monstro. ja num ponto longincuo do inicio, perto do fim...não consegui! não foi pelo monstro, foi por o guardares e deixares que ele esteja presente.foi por teres medo de sentir, por teres medo do mundo.terei sempre a memoria desse beijo!e digo te "ate um dia"...
=) nada dura para sempre, às vezes não se podem sequer atribuir culpas. sim, sorrio por te conseguir imaginar a fazeres isso, sorrio porque conheço o resultado desse puxão de orelhas, sorrio, porque no meio de tudo o que corre mal, de tudo o que me entristece, a certeza de que amanhã só pode ser melhor que hoje faz com que os dias passem mais amenos.
um beijo R.
o romantismo nunca impediu ninguém de viver! =D
Vivo um dia de cada vez, e pelo caminho dixo-me sonhar, e amar, e acreditar em principes encantados.
um beijo
R.
há muito pouco que se possa dizer... o tempo encarrega-se de nós.
obrigada, pelo que foste, pelo que representaste na minha vida, por teres sido quem foste, e por me teres deixado ser autêntica.
até um dia, quando as mágoas deixarem de fazer sentido.
sê feliz
R.
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